quinta-feira, 21 de março de 2013

A minha relação com...

A televisão: temos de admitir que os programas americanos são todos fantásticos. E quando me mudei, eu que nunca fui de ficar colada à TV, pensava que ia passar as noites a ver os programas americanos. Mas nada disso, realmente o "America's Got Talent", o "Idols", o "So You Thinh You Can Dance?", o "The Voice" ou o "The X-Factor", são programas que gosto de ver e de vez em quando lá vou dando uma espreitadela, mas também não sou daquelas que não pode perder uma emissão. A única coisa que me faz ficar horas à frente de um televisor são os filmes e três séries, "How I met your mother", "Modern Family" e "Gossip Girl". De resto, há dias que nem ligo a televisão.

Os livros: Quando era mais nova, até aos meus 16 anos, nunca liguei aos livros, achava que eram uma chatice, que me faziam perder tempo, tinha mais que fazer do que estar a ler um monte de disparates (achava eu). A partir dos 16anos, comecei a ficar mais interessada pela leitura, mas também não era do outro mundo, lia uns três ou quatro por ano, e às vezes saltava várias páginas. Mas, novamente, quando me mudei para NY, comecei a ler imensos livros, talvez dois ou três por mês, dependendo do tamanho de cada livro e da facilidade. Não sei porque tal mudança se deu tão depressa, mas acho que foi por não gostar de ver televisão ou talvez para me lembrar da minha língua (acreditem ou não, eu só falo português aqui no blog e quando falo com os meus pais, nem com a minha irmã eu falo português. E como não tenho amigos portugueses em NY, não falo quase português). A verdade é que adoro ler. Acho que, quando estamos a ler um livro, exercitamos a nossa mente, porque imaginamos como são as personagens, como são os cenários, as expressões faciais, acho que isso é muito giro.

O telemóvel: Posso dizer que sou, e sempre fui, dependente do telemóvel. Não posso sair de casa sem o meu telemóvel, se tal coisa acontecer eu volto a casa para o ir buscar (mesmo que esteja 3 horas atrasada para qualquer coisa), porque na realidade o meu telemóvel também serve como meio de comunicação no meu dia a dia.
Quando era mais nova, não havia mensagens grátis, mas sempre andei com o telemóvel atrás. Mas não era para comunicar com alguém, era para jogar o jogo da Snake, era o meu preferido (eu sei que é mau dizer que se tem um jogo preferido mas isso não quero saber). E mais uma vez, quando vim para os States, o telemóvel tornou-se ainda mais importante, porque estava longe da minha família e tinha de comunicar com eles, por isso o telemóvel era, e ainda é, muitíssimo importante para a minha pessoa. Deus abençoe quem criou o telemóvel.

As pessoas: E aqui está a parte mais difícil, lidar com as pessoas. Porque se nos fartarmos de um livro, pomo-lo de lado, se não gostarmos de um programa mudamos de canal e se o telemóvel estiver todo queimado compramos outro ou esperamos que nos ofereçam um. Mas com as pessoas não é assim, se estivermos cansados de ouvir uma pessoas não a podemos trocar por outra, temos primeiro falar com ela e explicar o nosso ponto de vista e encontrar um meio termo, e esta é a parte difícil, ter de lidar com os problemas.
Sempre tive muita facilidade em fazer amigos, mas preciso de algum tempo (diga-se 1 hora) para perceber se devo ou não iniciar uma nova amizade. Quando ia às festas de aniversário das minhas amigas, e estavam lá meninas novas, passava uma hora sem lhes falar mas depois disso, começava a falar e ninguém me calava. Se visse alguém na rua dizia-lhe sempre 'Olá', mesmo que não conhecesse. Hoje em dia, diga-se a partir dos meus 14 anos, que já não sou assim. Sou muito envergonhada. Se não se meterem comigo, eu não o vou fazer. E aqui em NY, isso ainda se nota mais. Se eu estiver num bar com os meus amigos, e eles tragam outros amigos, só digo 'Olá' e depois sou capaz de estar mais de uma hora a falar só com as pessoas que conheço. Sei que pode parecer má educação, mas eu chamo-lhe timidez. Sou tímida, mas só com quem não conheço. A partir do momento em que falam comigo e começo a ambientar-me , não há ninguém quem me cale (a não ser o João pestana. Quando fico com sono, nem vale a pena falar comigo, não vou ouvir nada).

Depois de ler este texto, e ler outra vez, e outra vez, sinto-me completamente normal. Acho que todos são assim. Tirando ali a parte dos livros e da televisão. Uns identificam-se comigo e outros não. Mas com as pessoas acho que todos reagimos assim, pelo menos espero que sim.

x.o.x.o Queen B

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